Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) descobriram um aumento preocupante nas notificações de autolesão e suicídio, bem como nas hospitalizações por essas causas, entre 2011 e 2022.
As notificações de autolesão aumentaram consistentemente durante o período do estudo, passando de 7,6 para 70,1 por 100.000 pessoas.
Em 2022, as notificações eram duas vezes mais altas em mulheres do que em homens, com 96,8 contra 42,1 por 100.000 pessoas, respectivamente.
A forma mais comum de autolesão foi a intoxicação, que representou 70% dos casos em mulheres e 56% em homens.
As hospitalizações por autolesão aumentaram de forma não significativa durante o período, com variações em diferentes regiões do país.
As taxas de suicídio também aumentaram, de 5,0 para 7,3 por 100.000 pessoas.
Esse aumento foi observado em todas as cinco regiões do país, mas a região Sul apresentou as taxas mais altas, com 11,53 por 100.000 pessoas.
O suicídio foi quatro vezes mais comum entre os homens do que entre as mulheres, com taxas de 11,68 contra 3,06 por 100.000 pessoas, respectivamente.
A maior taxa de suicídio foi observada na população jovem, de 29 a 59 anos, e entre aqueles que se identificaram como indígenas.
Essa tendência ascendente nas taxas de autolesão e suicídio sugerem a necessidade de alocação de recursos para a prevenção.
O planejamento de estratégias para reduzir os fatores de risco associados a esses eventos também é uma variável a ser trabalhada.
Preocupante, ainda, o fato de que há sempre o risco de que essas taxas estejam subestimadas devido à subnotificação.
IMPORTANTE: Se você acha que pode estar enfrentando pensamentos suicidas ou de autolesão, é importante procurar ajuda de um profissional de saúde mental.
Fonte: ALVES, Flávia Jôse Oliveira et al. The rising trends of self-harm in Brazil: an ecological analysis of notifications, hospitalisations, and mortality between 2011 and 2022. The Lancet Regional Health - Americas, p. 1-11, 2024.
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